Um painel no Web Summit Rio discutiu os efeitos da inteligência artificial na produção de conteúdo
A crescente popularização de sistemas baseados em inteligência artificial, como o ChatGPT, que são capazes de gerar textos e imagens, tem gerado questionamentos sobre o papel desempenhado por seres humanos e máquinas na realização de determinadas tarefas. Como essas novas tecnologias estão impactando o mercado de produção de conteúdo?
Essa foi a temática discutida no painel intitulado “O impacto do ChatGPT no jornalismo”, realizado durante o Web Summit Rio, o maior evento de tecnologia do mundo.
“Ferramenta pode atuar como assistente, mas o ser humano deve ter a palavra final.”
“Vejo essa ferramenta como um assistente e não como uma substituição para o trabalho humano. Sua introdução mudará o fluxo de trabalho e as responsabilidades, proporcionando aos profissionais mais liberdade para se dedicarem a tarefas mais criativas.
No entanto, é imprescindível que os seres humanos tenham a palavra final. Não podemos depender exclusivamente dessa tecnologia para criar um artigo completo, por exemplo.” – Laura Bonilha, editora-chefe para a América Latina da AFP (Sistemas baseados em IA generativa)
“ChatGPT não tem relação com a verdade”
“O ChatGPT não possui uma conexão direta com a verdade. Sua principal habilidade é imitar a linguagem humana e gerar conteúdo que possa ser relativamente semelhante ao que um ser humano produziria. No entanto, está sujeito a erros, e isso se deve em parte ao fato de que a internet está repleta de informações falsas.
Devemos considerá-lo como uma ferramenta para agregar informações, mas não como uma fonte confiável de forma independente.” – Greg Williams, vice-diretor editorial global da revista Wired
Aptidão humana continua fazendo a diferença
“Embora a capacidade da IA de desempenhar tarefas objetivas, sempre será necessária a intervenção humana para corrigir seus erros.
É crucial que estejamos em nosso melhor estado de atuação, para aprimorar nossas habilidades e distinguir o que nos torna superiores à IA. Isso pode ser nossa capacidade de oferecer perspectivas únicas, subjetividade, desenvolvimento de fontes e relacionamentos.
É a qualidade dos produtos que restaurará a confiança no jornalismo.” – Paula Mageste, CEO da Edições Globo Condé Nast